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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pela liberdade dos Corpos!!!!!

Galera, esse sábado vai rolar o A Rua é Nossa, que vem para trazer uma nova reocupação dos
espaços públicos em conjunto com a busca de uma Democracia Real Já.


Lá rola várias atividades livres, oficinas, bola, rodas de diálogo,ofiinas de parkour, estencil, etc.



então estejam livres em ir e participarem diretamente, pois a construção deve ser coletiva

Rola na praça do Derby, a partir das 15h, no sábado 11/06/11

comunidade no orkut


democracia real ya


esse sabado também


MARCHA DAS VADIAS - RECIFE

Quando: Sábado (11/06)
Hora: 15:00
Onde: Praça do Derby



MARCHA DAS VADIAS

Uma onda de protestos que começou numa universidade do Canadá e vem ganhando as ruas de vários países do mundo chega ao Brasil. Conhecido como ‘SlutWalk’, a primeira marcha das vagabundas (ou das vadias) já aconteceu em São Paulo.

Este movimento começou em repúdio ao discuso de um policial, que sugeriu que as estudantes deveriam evitar se vestir como “vagabundas” para não serem vítimas de abuso sexual ou estupro.

A primeira marcha reuniu cerca de 3 mil participantes vestidas de forma provocativa ou comportada para se colocar contra a cultura machista de responsabilizar as vítimas de estupro.

O machismo não está presente apenas no Canadá, sentimos ele bem aqui, embaixo dos nossos narizes.

Por isso, o Recife também vai às ruas dizer BASTA a cultura machista.

Matéria do G1:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/201 1/06/protesto-marcha-das-vagabundas-cheg a-ao-brasil-neste-sabado.html

No orkut:

No Facebook:

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ocupação da Praça do Derby toda sexta

COMO FOI O ENCONTRO?

Fizemos umas faixas e penduramos no alto da praça, depois fizemos uma roda para conversar. A princípio, ficou claro que aquilo também era um ato de solidariedade aos demais países que estão na luta. Um francês que mora em Recife falou de suas experiências. Foram explicados os objetivos desse movimento na Europa e como ele podia ser construído aqui, mas dentro da nossa realidade. O pessoal do movimento chamado BICICLETADA compareceu tb. (é um grupo de ciclistas que pedalam nas noites do Recife) Depois houve uma pausa para um jogo de futebol entre as meninas e os meninos.

O QUE DECIDIMOS?

Nossa ideia inicial é nos apropriarmos do espaço público (a praça), para torná-la um ambiente de
VIVÊNCIAS COLETIVAS: bater pap
o, trocar experiências, jogar futebol, oferecer oficinas, apresentação musical, mostra de vídeos, aulas de pré-vestibular etc. E nesse ambiente, vamos discutindo questões políticas ligadas ao Brasil. Pq este encontro é uma reividicação por democracia real (fora da pespectiva burguesa), por justiça e igualdade social. Nos próximos encontros, uma lona será erguida para que nos protejamos da chuva.

A cada encontro, a ideia é juntar mais e mais pessoas. Ontem decidimos que não iriamos acampar pra dormir pq tínhamos poucas pessoas e não levamos uma estrutura pra isso. Decidimos fazer uma comunidade no orkut e outra no facebook para integrar mais pessoas e para organizar os detalhes de todos os encontros.

Decidimos que o encontro será TODAS AS SEXTAS, começando às 18h. Mas não tem hora para terminar. Sexta que vem tem mais roda de diálogos, vamos fazer música, oficina, talvez mostra de vídeos.nisso tivemos presentes, indo e vindo, cerca de 100, ou até mais, pessoas,o encontro durou ate cerca das 2 hrs da manha.
vamos aglutinar forças pra oc
upar todas as praças

A RUA É NOSSA



NÃO SOMOS MERCADORIA NAS MÃOS DE POLÍTICOS E BANQUEIROS!
DEMOCRACIA REAL JÁ!

100 mil na grecia








80 mil na Espanha

domingo, 29 de maio de 2011

Carta aberta de Católicas pelo Direito de Decidir à Presidenta Dilma Rousseff sobre a polêmica criada em torno do kit anti-homofobia

Estado laico. O que é isso, companheira?


Carta aberta de Católicas pelo Direito de Decidir à Presidenta Dilma Rousseff sobre a polêmica criada em torno do kit anti-homofobia

Presidenta Dilma,

Estamos estarrecidas! A polêmica criada em torno do kit anti-homofobia e o recuo do governo federal ante as pressões vindas de alguns dos setores mais conservadores e preconceituosos da sociedade nos deixou perplexas. E temerosas do que se anuncia para uma sociedade que convive com os maiores índices de violência e crimes de morte cometidos contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersex (LGBTTI) do mundo. Temos medo de um retorno às trevas, senhora Presidenta, e não sem motivos.

A vitoriosa pressão contra o kit anti-homofobia da bancada religiosa, majoritariamente composta por conservadores evangélicos e católicos, em um momento em que denúncias de corrupção atingem o governo, traz de volta ao cenário político a velha prática de se fazer uso de direitos civis como moeda de troca. Trocam-se, mais uma vez, votos preciosos e silêncio conivente pelo apoio ao preconceito homofóbico que retira de quase vinte milhões de brasileiros e brasileiras o direito a uma vida sem violência e sem ódio. A dignidade e a vida de pessoas LGBTTI estão valendo muito pouco nesse mercado escuso da política do toma-lá-dá-cá, senhora Presidenta! E o compromisso com a verdade parece que nada vale também.

Presidenta, convenhamos, a senhora sabe que o kit anti-homofobia é um material educativo, que não tem por finalidade induzir jovens a se tornarem homossexuais, até mesmo porque isso é impossível, como tod@s sabemos. Não se induz ninguém a sentir amor ou desejo por outrem. Mas respeito, sim. E ódio também, senhora Presidenta... ódio é possível ensinar! Poderíamos olhar para trás e ver o ódio que a propaganda nazista induziu contra judeus, ciganos, homossexuais. Porém, infelizmente, não precisamos ir tão atrás no tempo. Temos terríveis exemplos recentes de agressões covardes e aviltantes a pessoas LGBTTI e o enorme índice de violência contra as mulheres acontecendo aqui mesmo, em nosso próprio país.

Quando a senhora afirma, legitimando os conservadores homofóbicos, que é contra a propaganda da “opção” sexual, faz parecer que alguém pode, de fato, “optar” por sentir esse ou aquele desejo. Amor, desejo, afeto não são opcionais, ninguém escolhe por quem se apaixona, senhora Presidenta! Mas se escolhe ferir, matar, humilhar.

Quando a senhora diz que todo material do governo que se refira a "costumes" deve passar por uma consulta a “setores interessados” da sociedade antes de serem publicados ou divulgados, como estampam hoje os jornais, ficamos ainda mais perplexas. De que “costumes” estamos falando, senhora Presidenta? E de que “setores interessados”? Não se trata de “costumes”, mas de direitos de cidadania que estão sendo violados recorrentemente em nosso país e em nome de uma moral religiosa conservadora, patriarcal, misógina, racista e homofóbica. Trata-se de direitos humanos que são negados a milhões de pessoas em nosso país!

E “setores interessados”, nesse caso, deveria significar a população LGBTTI e todas as forças democráticas do nosso país que não querem ter um governo preso a alianças políticas duvidosas, ainda mais com setores "interessados" em retrocessos políticos quanto aos direitos humanos da população brasileira.

O país que a senhora governa ratificou resoluções da ONU tomadas em grandes conferências internacionais, em Cairo (1994) e em Beijing (1995), comprometendo-se a trabalhar para que os direitos sexuais e os direitos reprodutivos sejam reconhecidos como direitos humanos. No entanto, até hoje pessoas LGBTTI morrem por não terem seus direitos garantidos. Mulheres morrem pela criminalização do aborto e pela violência de gênero.

Comemoramos quando uma mulher foi eleita ao cargo máximo de nosso país. Ainda mais porque, como boa parcela da sociedade, levantamos nossa voz contra o aviltamento do Estado laico, ao termos um uso perverso da religião nas campanhas eleitorais de 2010 para desqualificar uma mulher competente e com compromisso com a dignidade humana. Antes ainda, levantamos nossa voz a favor do III PNDH, seguras de que deveria ser um instrumento de aprofundamento do respeito aos direitos humanos em nosso país. Agora não temos o que comemorar, senhora Presidenta! Parece que o medo está, de novo, vencendo a verdade. E a dignidade.

Infelizmente, temos de - mais uma vez! - vir a público exigir que os princípios do Estado laico sejam cumpridos. Como a senhora bem sabe, a laicidade é essencial à democracia e não se dá pela simples imposição da vontade da maioria, pois isso resulta em desrespeito aos direitos humanos das minorias, sejam elas religiosas, étnico-raciais, de gênero ou orientação sexual. Não existe democracia se não forem respeitados os direitos humanos de todas as pessoas. Impor a crença religiosa de uma parcela da população ao conjunto da sociedade coloca em risco a própria democracia, já que os direitos humanos de diversos segmentos sociais estão sendo violados. Portanto, senhora Presidenta, não seja conivente! Não permita que alguns setores da sociedade façam do Estado laico um conceito vazio, um ideal abstrato.

Como Católicas pelo Direito de Decidir, repudiamos o uso das religiões neste contexto de manipulação política e afirmamos nosso compromisso com a laicidade do Estado, com a dignidade humana e nosso apoio ao uso do kit educativo pelo fim da homofobia nas escolas brasileiras.

CATÓLICAS PELO DIREITO DE DECIDIR
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domingo, 10 de abril de 2011

O retrato da maldade

Por Walter Hupsel . 07.04.11 - 19h34
O retrato da maldade

Desculpem-me, esta é uma coluna escrita no calor do momento, da tragédia acontecida numa escola do Rio de Janeiro onde crianças foram covarde e brutalmente assassinadas. Não há palavras para descrever tamanho ato bárbaro, mas há de se buscar explicações, tanto para o assassinato em massa (sim, é necessário entendê-lo, mais que chamar o criminoso de psicopata) quanto para como ele conseguiu armas, munições e treinamento.

Mas não é sobre isso que quero escrever, e nem tenho conhecimento sobre o tema que me permita colaborar, de alguma maneira, com o debate. Meu foco é outro: a cobertura da imprensa.

Assim que soube do massacre pelo Twitter, corri pra TV para ter mais e melhores informações. Com muito bom grado obtive quantidade e não qualidade. Tive mais informações, mais informações inúteis e sensacionalistas. E olhem que faço parte de uma pequena parcela da população assinante de TV a cabo.

Não liguei a TV nos programas sanguinolentos do fim de tarde, nos quais os apresentadores gritam, gritam e gritam, mostrando imagens bizarras e pedem por mais sangue. Não, eu estava sintonizado num canal exclusivamente de notícias, em que elas seriam tratadas – acreditava eu – de maneira mais fria e analítica.

Ledo engano. Foi uma chuva de despautérios construídos imediatamente em cima da notícia, com a devida carga de sensacionalismo, desrespeito e oportunismo que, claro, muito mais reforça os estereótipos do que explicam a tragédia.

Jornalistas e "especialistas" buscavam qualquer explicação, qualquer uma, que pudesse explicar fato. Tentaram colar o rótulo de "ateu", como se isso fosse mesmo premissa para ser um assassino. Um crime dessa magnitude só poderia ser praticado por alguém descrente, portanto, um monstro, não é mesmo? (Profundo desconhecedor da história, Datena disse hoje que "quem acredita em Deus não faz uma dessas.")

Depois, mobilizando preconceitos, especulou-se que o criminoso fosse muçulmano. Quem mais além de um ateu poderia cometer tamanha barbaridade? Um muçulmano, claro! Afinal de contas, reza o preconceito, esse povo esquisito só pratica maldades no mundo. Obviamente que a isso segue a idéia de ser o massacre um "ato terrorista".

"Ele era esquisito e estava com a barba muito grande", falou a irmã de criação dele. Um jornalista conduz a entrevista: "Mas ele falou alguma coisa de religião… de muçulmano?". A irmã meio que induzida, repete a idéia de ele era estranho e que falava estas besteiras de muçulmano. (Ouçam aqui).

Depois, especulou-se que era HIV positivo. Ateu, mulçumano e soropositivo. Independente de em qual dessas categorias o assassino se encaixasse, qualquer uma delas, a julgar pelo teor da cobertura, seria explicação necessária e suficiente para ele ter cometido o massacre. O ideal mesmo seria que ele fosse as três, simultaneamente.

Um especialista forense foi mais além e detectou, pelas roupas que o assassino vestia (coturno e calça verde) que deveria se tratar de um membro de organizações fundamentalistas… muçulmanas!!! Recrutado por estes grupos, ele foi escolhido pra ação porque tinha HIV e precisava se "limpar" no tal "ato terrorista".

Pronto, simples assim. Em duas ou três horas de cobertura midiática, cercada de "especialistas", o retrato feito. Encarnação da maldade. Mas se a realidade não se encaixa nestas teorias… quem se importa?

A tese está feita e divulgada a milhões de pessoas, estimulando preconceitos, espalhando desinformação e ódio. Mas, novamente, quem se importa?
Desculpem-me, esta é uma coluna escrita no calor do momento, da tragédia acontecida numa escola do Rio de Janeiro onde crianças foram covarde e brutalmente assassinadas. Não há palavras para descrever tamanho ato bárbaro, mas há de se buscar explicações, tanto para o assassinato em massa (sim, é necessário entendê-lo, mais que chamar o criminoso de psicopata) quanto para como ele conseguiu armas, munições e treinamento.

Mas não é sobre isso que quero escrever, e nem tenho conhecimento sobre o tema que me permita colaborar, de alguma maneira, com o debate. Meu foco é outro: a cobertura da imprensa.

Assim que soube do massacre pelo Twitter, corri pra TV para ter mais e melhores informações. Com muito bom grado obtive quantidade e não qualidade. Tive mais informações, mais informações inúteis e sensacionalistas. E olhem que faço parte de uma pequena parcela da população assinante de TV a cabo.

Não liguei a TV nos programas sanguinolentos do fim de tarde, nos quais os apresentadores gritam, gritam e gritam, mostrando imagens bizarras e pedem por mais sangue. Não, eu estava sintonizado num canal exclusivamente de notícias, em que elas seriam tratadas – acreditava eu – de maneira mais fria e analítica.

Ledo engano. Foi uma chuva de despautérios construídos imediatamente em cima da notícia, com a devida carga de sensacionalismo, desrespeito e oportunismo que, claro, muito mais reforça os estereótipos do que explicam a tragédia.

Jornalistas e "especialistas" buscavam qualquer explicação, qualquer uma, que pudesse explicar fato. Tentaram colar o rótulo de "ateu", como se isso fosse mesmo premissa para ser um assassino. Um crime dessa magnitude só poderia ser praticado por alguém descrente, portanto, um monstro, não é mesmo? (Profundo desconhecedor da história, Datena disse hoje que "quem acredita em Deus não faz uma dessas.")

Depois, mobilizando preconceitos, especulou-se que o criminoso fosse muçulmano. Quem mais além de um ateu poderia cometer tamanha barbaridade? Um muçulmano, claro! Afinal de contas, reza o preconceito, esse povo esquisito só pratica maldades no mundo. Obviamente que a isso segue a idéia de ser o massacre um "ato terrorista".

"Ele era esquisito e estava com a barba muito grande", falou a irmã de criação dele. Um jornalista conduz a entrevista: "Mas ele falou alguma coisa de religião… de muçulmano?". A irmã meio que induzida, repete a idéia de ele era estranho e que falava estas besteiras de muçulmano. (Ouçam aqui).

Depois, especulou-se que era HIV positivo. Ateu, mulçumano e soropositivo. Independente de em qual dessas categorias o assassino se encaixasse, qualquer uma delas, a julgar pelo teor da cobertura, seria explicação necessária e suficiente para ele ter cometido o massacre. O ideal mesmo seria que ele fosse as três, simultaneamente.

Um especialista forense foi mais além e detectou, pelas roupas que o assassino vestia (coturno e calça verde) que deveria se tratar de um membro de organizações fundamentalistas… muçulmanas!!! Recrutado por estes grupos, ele foi escolhido pra ação porque tinha HIV e precisava se "limpar" no tal "ato terrorista".

Pronto, simples assim. Em duas ou três horas de cobertura midiática, cercada de "especialistas", o retrato feito. Encarnação da maldade. Mas se a realidade não se encaixa nestas teorias… quem se importa?

A tese está feita e divulgada a milhões de pessoas, estimulando preconceitos, espalhando desinformação e ódio. Mas, novamente, quem se importa?

domingo, 20 de março de 2011

Semana do calouro de Psicologia 2011.1 - UFPE

Incluída na programação da semana do calouro de Psicologia - UFPE, a visita a Associação NEINFA (Núcleo Educacional irmãos Menores de São Francisco) localizada na comunidade do Coque, foi a meu ver um banho de perfume na carência de cheiros, afetos, conhecimento, para os calouros e para os veteranos. Deixe-me explicar melhor:

Assim que nosso grupo chegou, deram um passeio na comunidade com o prof. Aurino, que nos recebeu super bem, para talvez, verificar as condições precárias que aqueles moradores vivem, principalmente falando, de saneamento básico. Eu, por estar doente cheguei alguns minutos depois do passeio (fui de casa) e esperei eles voltarem.

Em seguida, juntamente com o grupo, conhecemos os espaços do NEINFA, e com uma breve apresentação das atividades ali realizadas, visto que não há espaços fixos para determinadas atividades, andamos em direção a uma sala para nos acomodarmos e conversar melhor. A partir daí, o professor Aurino nos presenteou com o tal perfume falado acima, que não quer dizer que seja apenas doce e suave. Não só porque nos mostrou outra realidade, ele também nos mostrou como é possível trabalhar como trabalham lá. E sei que é um trabalho sério, árduo, gratificante, de 25 anos de existência e construções.

Há novas psicologias se revelando a cada instante, dependendo do contexto social a qual está inserida, ou seja, pra que veio. O NEINFA se inclui, podemos dizer na Psicologia comunitária. Aquela em que os moradores da comunidade não apenas recebem, eles se doam, eles participam, eles possuem voz e voto. Podemos pensar que se trata de uma concepção utópica, que tudo é lindo na teoria, porém na prática não é assim que acontece. Podemos e, por vezes, devemos, estar enganados em relação aos nossos achismos. Claro, que é um trabalho muito difícil, no entanto, com a participação crítica, com o envolvimento das pessoas, ou seja, com o sentimento de pertença, vínculo e, porque não, objetivos em comum – mesmo dentro de várias concepções de mundo e processos de estruturação do sujeito diversa – é possível.

É muito importante tocar nesse assunto, porque em vários momentos, o prof. Aurino enfatizava que todas as crenças são respeitadas. O NEINFA trabalha com crianças, jovens, adultos e vovós, na responsabilidade de compartilhar conhecimento, educação, espiritualidade, projetos de mídia, projetos de cesta básica – no qual todos promovem o cuidado do outro e o cuidado de si. Os colaboradores, parcerias e integrantes do NEINFA possuem o comprometimento de formar cidadãos. E o que isso tem a ver com a psicologia? Tudo, pois em comunidade temos a oportunidade de trabalhar em grupos, e algumas vezes, individualmente. Quer aprendizagem e compartilhamento melhor do que viver isso intensamente, em tempo real?

O prof. Aurino em uma de suas falas nos traz sobre, como várias instâncias da sociedade, durante o desenvolvimento humano, vai tolindo e moldando nossas possibilidades de ser, de vir-a-ser, de comportamento, ao ponto de chegarmos a pensar o tempo inteiro, como devemos nos vestir; o que e como devemos falar; qual nossa postura, etc, etc. – e quando se trabalha em comunidade isso não é predominante; se a pessoa tem vontade de dizer tal coisa, diz; se expressam, dessa forma, muito mais a nível corporal do que “mental”. Não pretendo aqui fazer juízo de valor; estou apenas reproduzindo o meu entendimento a respeito do que o Prof. Aurino nos trouxe. Creio que ele se referiu a cristalizações, couraças, maiores elaborações intencionais, que acontecem geralmente na família de classe média/alta, no trabalho, etc. Sendo assim, as reações dos participantes de um grupo no NEIFA são por vezes (também depende da temática) muito acaloradas, por exemplo, principalmente quando nestes grupos tratam de questões complexas e difíceis de se trabalhar, como diferenças sócio-econômicas, como se vêem sendo moradores de uma comunidade – Coque - que fora e ainda é estigmatizada pela violência e miséria, e como eles se vêem lá fora; como são vistos. Levemo-nos em conta que o estudante/profissional de psicologia, além de aéreas da educação, da ciência social, política, tem um campo imenso, riquíssimo de humanidades, e mais uma vez repito, complexo pra se trabalhar, faltando preparo, incentivo, apoio de órgãos públicos como a Universidade (podendo ser essa a intenção da instituição publica).

No NEINFA, eles no momento estão desenvolvendo um mega projeto em parceria com o Centro de Educação da UFPE. Essas são algumas das muitas problemáticas levantadas por cada grupo em sua especificidade e baseadas, talvez nos princípios da criação e organização da Associação, sem falar da realidade que lhes cabe. O NEINFA tem como objetivo também compreender essas diferenças de realidades e auxiliar o sujeito em sua busca pessoal, na tentativa de desconstruir determinismos psíquicos e sociais, visando o Cuidado.

Pra finalizar, fica a dica para que cada curioso, estudante do ser humano possa querer e acreditar mais nesse cuidado. E, isto, pode acontecer desde a faculdade (no nosso caso) sem depender muito da grade curricular defasada ou de professores, que ainda são poucos, os que clareiam mais do que escurecem nosso campo de visão e emoção do mundo. Até porque teoria é uma coisa, prática é experiência e, que claro, pode ser enriquecida com a teoria, pois esta não surgiu do nada. Digo isso, porque 98% dos teóricos apresentados pelo prof. Aurino em sua apresentação não são apresentados em sala de aula (estou no último período teórico e tinha uma graduanda de estágio lá, e que como eu só conhecia alguns deles por outros meios, que não a sala de aula). Busquem em seu caminho sempre o melhor para si e para o outro.

Alessandra Alencar

graduanda de Psicologia - UFPE,

participante do coletivo contramola

domingo, 30 de janeiro de 2011

Reich, aí vamos nós!!!

07-02-11
14h no dapsi
momento de formação:
Reich - Escuta Zé Ninguem
http://www.culturabrasil.pro.br/zip/zeninguem.pdf